quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Democracia

Pensar nestas questões políticas acabam ficando em segundo plano. Nos habituamos a sermos mais pedagógicas em nossas reflexões, não levando em consideração, muitas vezes, as relações políticas que permeiam essas ações na escola. O discurso X prática
aparece quando somos favoráveis a um processo aberto de escolhas, de decisões. Quando optamos por fazer um trabalho baseado no coletivo, no entanto...

Democracia dá trabalho! Essa é uma conclusão que há bastante tempo tenho, e que em cada situação \"democrática\" na escola reforço essa idéia. E não me refiro às crianças, falo mesmo de nós educadores que travamos verdadeiras batalhas onde muitas vezes, acabam por envolver outros campos, como o pessoal por exemplo. É tão bom sermos democráticas quando a nossa idéia é a que vence, né? Porém ser democrático, dar a mão a palmatória quando é o nosso \"oponente\" que vence, é o verdadeiro exercício de democracia. Aceitar a opinião do outro, mesmo que não concorde. Em termos de educação, então, temos um ambiente que proporciona essa socialização de idéias, esse planejamento coletivo que gera conflitos, desacomodações, mas é construtivo. O nosso trabalho pressupõe atos políticos, cidadania, escolhas, reflexões e precisamos \"contaminar\" alguns colegas que preferem ficar em uma posição mais cômoda, mais na observação do que na ação.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Profissional da Educação



Momento muito importante este de parar para refletir sobre nosso exercício docente, nós enquanto profissionais, olhando com clareza, socializando importantes informações e reflexões do "ser professor".
Sou professora concursada em duas redes municipais, há doze anos numa e sete em outra. Vivemos momentos diferentes, nas duas administrações. Em uma das redes tivemos um plano novo aprovado com muitos avanços, como a hora atividade para planejamento, em outra estamos aguardando promessas dos eleitos de logo aprovar pois já tramita entre legislativo e executivo há anos. Nas duas redes há formas de progressão salarial baseadas em tempo de serviço e qualificação através de cursos, por exemplo. Em uma das redes, vejo que as condições estão bem precárias, pois eu mesma leciono em um container, sem recursos, improvisado que está ficando definitivo, por falta de planejamento administrativo municipal. Nesta mesma escola, não recebemos repasse algum do governo municipal, não porque não haja lei, e sim porque não está sendo cumprida. Fazemos verdadeiros milagres naquela comunidade pouco assistida. Em minhas duas realidades, o trabalho pedagógico na escola tem avançado e há uma relação boa entre todos. Existem CPM e Conselho escolar (criado há três meses) e em outra apenas CPM. Sou sindicalizada, nas duas redes, pois penso ser uma representatividade muito importante em qualquer classe de trabalhadores, e também os dois sindicatos fazem um bom trabalho. Acredito que nossa profissão está passando por momentos de maior formação e profissionalização, e isto está refletindo em uma melhora de condições, pequena é verdade, mas já estamos sendo mais vistos. Quanto à minha remuneração, ainda não é nem perto do ideal para um educador que queira continuar em formação constante, buscando cursos, livros, estudando, mas se comparado a outras realidades vejo que há conquistas importantes. Minha formação está me levando a importantes reflexões e instrumentalizando-me. Como já disse tudo tem seu tempo, e esta não poderia ter vindo em melhor hora e da melhor forma. Sinto-me mais madura, mais motivada para exercer da melhor forma minha função, buscando também meus direitos enquanto cidadã que acredita na importância e no poder da educação.

sábado, 1 de novembro de 2008

Medo de Envelhecer




Medo: Sentimento de grande inquietação ante a percepção espiritual de perigo iminente, real ou imaginário.
Velho: Aquele que tem idade avançada e geralmente se torna fraco ou doente; deteriorado pelo uso ou pelo tempo; antiquado, arcaico, obsoleto; produzido há muito tempo.
Fonte: Dicionário Essencial -Luiz Antônio Sacconi

A definição no dicionário nos dá uma pequena amostra de como a sociedade é cruel quando define e caracteriza as pessoas mais velhas. Por isso é tão difícil colocar-se neste lugar. Toma-se aí o caminho inverso. A tentativa de voltar no tempo utilizando recursos, comportamentos de uma fase anterior, recorrendo a procedimentos que visam esconder a idade cronológica.
Vivemos em uma sociedade onde cada vez mais, o ter uma boa imagem é mais valorizado do que ser uma boa pessoa. Antes de estar bem, precisa se mostrar bem.
O corpo humano tornou-se objeto plástico, cuja forma pode ser moldada ao bel-prazer do portador.
Busca desde a juventude de um modelo saudável e de beleza, muitas vezes falso e inatingível.

Sensação de perda de poder, enxergando-se incapaz.
Análise por vezes dura de seu empenho durante a vida. Questiona sobre os objetivos alcançados.

A imagem que vê não combina com seus modelos estéticos perseguidos pela sociedade. O corpo dá sinais de uma nova fase chegando.
Sabendo ser a vida finita, o contato com a aproximação deste fim, causa grande ansiedade mesmo que inconsciente. Começa haver muitas despedidas. Lidar com o incerto (principalmente quando não se têm uma fé) gera um desconforto muito grande.
Não querer enxergar, vivendo de uma forma mais jovial, pode parecer um caminho.


Como pensar em uma envelhecimento saudável para o corpo e para a mente?
Como trabalhar desde a infância sobre o assunto tratando de forma natural, desestimulando o preconceito, valorizando os mais velhos, suas experiências e contribuições?
Como frear estes mecanismos estimulados pela mídia sobre imagem?