domingo, 18 de outubro de 2009

Lendo e assim aprendendo a partir da EJA

Em busca de maior compreensão, reflexão e claro, AÇÃO, estou me apropriando de um material, encontrado na escola. É engraçado, quanta coisa, boa, importante se acumula nas prateleiras das salas de Supervisão Escolar ou mesmo em nossas bibliotecas escolares que desconhecemos. Foi assim com o material que me acrescentou muito em relação ao tema afrodescendente,no semestre passado e está sendo agora com o material sobre EJA, “Trabalhando com a Educação de Jovens e Adultos”, publicado pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e diversidade do MEC em 2006. Neste material encontramos apanhados importantes a respeito do público atual desta modalidade, os desafios do processo e da relação professor e aluno, o espaço de convivência e é claro a alma escolar, planejamento e avaliação.
Excertos importantes de autores como Madalena Freire, Ângela Kleiman, Antônio Novoa, Paulo Freire, Sonia Carbonell Álvares, sendo que esta última trata de um assunto diretamente interessante para meu fazer diário. Ela escreve sobre Arte e Estética para Jovens e Adultos: as transformações no olhar do aluno; como trabalho com Artes em turmas de Eja, fiz articulações importantes em minha prática. O limite neste trabalho de apresentar o novo, a cultura como uma manifestação humana de tempos e espaços diferenciados sem esquecer a particularidade daquele aluno, daquele grupo, daquela comunidade. Essa ligação é fundamental para que não se sintam excluídos e permitam-se avançar, conhecer o que está do outro lado. A entrada num museu, por exemplo, a primeira ida, é mais difícil, pois o desconhecido gera um preconceito enorme. Museu= Lugar de coisa velha, distante da minha realidade. Depois que envolvemos esse aluno, e ele começa a conhecer outros lugares, outras linguagens, a auto-estima se eleva, ele se permite novos assuntos, ele abre os olhos para coisas que antes não via. Seguidamente, fico extremamente feliz, quando meus alunos, vêm com recortes de pedacinhos de jornal onde aparece algum consagrado pintor, ou a notícia de alguma exposição. Ora se antes aquilo passaria batido, agora seu olhar na imprensa não busca só a notícia popular da injustiça, da crise, do crime, ele já se abriu para um algo mais.
“[...] a prática educativa é tão interessada em possibilitar o ensino de conteúdos às pessoas quanto em sua compreensão do mundo. Dessa forma são tão importantes para a formação certos conteúdos que o educador lhes deve ensinar, quanto a análise que façam de sua realidade concreta.” Paulo Freire

Podemos dizer que a partir de Paulo Freire, se lançou um olhar mais atento ao processo educativo de jovens e adultos. Há uma maior preocupação em comprometer-se com a realidade, em trabalhar de forma democrática e assim mais eficaz. É claro, que daquele tempo, até agora, novas linguagens foram desenvolvidas, novos saberes estão sendo apresentados, há novos paradigmas, portanto novos desafios!

Um comentário:

Luciane Machado disse...

Gisele, que bom que a interdisciplina de Eja, lhe possibilitou novos olhares, e a mensagem de Freire importantíssimo, pois não basta alfabetizar e sim alfabetizar para que os alunos tenham visão de mundo e intervir criticamente , pensando em mudá-lo.Bjs.