quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Métodos de alfabetização



As questões dos métodos de alfabetização percorrem cotidianamente nossa prática docente. Há quatorze anos quando me tornei professora, fui premiada com a missão de alfabetizar. Coisa que o curso de Magistério contemplava em uma única disciplina que pouco ampliou nosso olhar e tão pouco nos instrumentalizava. De posse então de muito querer e com o dever de fazê-los ler e escrever (sim, o dever era meu, pois tomava para mim, todo o sucesso e o insucesso daquela construção, que inocentemente pensava ser totalmente arquitetada por mim) arregacei as mangas e onde quer que falassem que haveria uma formação, lá estava eu. E era nessas conversas nos intervalos de oficinas, seminários e cursos de alfabetização com outros alfabetizadores que a pergunta insistentemente vinha: “Qual é o método que tu usas” ou então “És tradicional ou construtivista”. Como a pergunta era muito comum presenciei que as mais experientes na função respondiam categoricamente ”Um pouco de cada”. Logo passei a incorporar o chavão e me autodenominar tradicional construtivista. Mas de fato em minha prática quais eram os norteadores do meu trabalho Como acreditava que o “milagre” da alfabetização se dava Era com o “estalinho” como sistematizava minha prática
Seguindo os mesmos passos das crianças em fase de alfabetização, iniciei minhas construções fazendo hipóteses, testando, sendo desafiada por meus alunos, colegas, me pondo em conflito. De maneira muito responsável e querendo fazer um trabalho de sucesso, busquei e ainda busco ferramentas que enriqueçam minha prática diária.
Ao planejarmos um trabalho de Linguagem temos que utiliza-la de todas as formas e em variadas situações. Ouvir nossos alunos e fazer intervenções desafiadoras, por vezes conflitantes, é uma das mais importantes e eficazes ações para fazê-los progredirem. O fazer junto, o permitir o erro, sabendo que este é o primeiro estágio do acerto, que tem significado, que é resultado de um processo mental de organização do saber, que servirá de base para toda organização e planejamento de nossas ações didáticas.
Assimilar que o fazer é construir e desconstruir continuamente, organizando informações, acomodando conceitos, confirmando saberes.
Estou certa de que qualquer técnica, método, filosofia de trate das relações de ensino e de aprendizagem devem priorizar a qualidade das relações dos envolvidos seguidas de um planejamento responsável, estruturado e constantemente avaliado. Na pessoa de educadora, referencio Piaget (1984) quando nos diz:
“Mas é evidente que o educador continua indispensável, a título de animador, para criar situações e armar dispositivos iniciais capazes de suscitar problemas úteis à criança, e para organizar, em seguida, contra-exemplos, que levem à reflexão e obriguem ao controle das soluções demasiado apressadas: o que se deseja é que o professor deixe de ser apenas um conferencista e que estimule a pesquisa e o esforço, ao invés de se contentar com a transmissão de soluções já prontas.”


Um comentário:

Márcia Caetano disse...

Olá Gisele,

Você está nos brindando com uma bela reflexão, um ótimo trabalho!!
Mas se você tivesse que descrever a teoria de ensino aprendizagem que você mais se apoia para desenvolver suas atividades docente, qual seria? E qual é a justificativa?

Beijos
Márcia Caetano
Tutora