domingo, 8 de novembro de 2009

“A Eja tem agora objetivos maiores que a alfabetização” Sobre Reportagem lida em Nova Escola, julho de 2009.


Na revista Nova Escola de junho de 2009, li a entrevista de Timothy Ireland, um especialista inglês representante da Unesco que fala sobre Eja. A seguir algumas reflexões minha as partir de alguns trechos lidos.
Sobre o caráter compensatório da Eja, Timothy cita que a Unesco trabalha em cima de quatro pilares que são o aprender a ser, o aprender a viver junto, o aprender a fazer e o aprender a conhecer, numa perspectiva de aprendizagem contínua. Essa aprendizagem contempla a individual, a profissional e a social.
Isso não é pouco, é com certeza a educação de fato, o empoderamento através do conhecimento, nosso aluno, precisa compreender o seu eu cidadão, com possibilidades, suas capacidades individuais para realização pessoal, assim como a participação que tem no grupo, seja este grupo, a família, a escola, o bairro, o país. Ele precisa perceber sua carga de direitos e deveres para com este espaço que ocupa, ele precisa tomar para si essa responsabilidade, com o contexto que o cerca. Paralelo a esta tomada de consciência, precisa exercitar o fazer, que não é antes nem depois, é contínuo e resultado de aprendizagens de informações, de interpretações da realidade. Aos poucos se percebe parte de um processo, de um núcleo social. As relações podem e devem ser debatidas nas nossas salas de aula de Eja, ao alfabetizarmos, letrarmos, incorporarmos práticas educativas que contemplem as relações, as emoções reconhecidas nestas relações, praticando novas possibilidades de convivência, de respeito. Temos com estes jovens e adultos uma grande possibilidade de abordar temas conflitantes de nosso entorno, como o da violência, que ao convidarmos nossos alunos a refletir, problematizar, se expor estamos trabalhando efetivamente para uma mudança de atitudes, precisamos crer que é assim que podem acontecer.

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