terça-feira, 27 de abril de 2010

Espaço e relações na aprendizagem

Nesta semana ao refletir sobre a execução de meu planejamento, os pontos positivos e os aspectos que merecem um olhar mais contemplador para a próxima semana, me vi diante de um tema que li na mesma semana no livro Alfabetização Possível de Jaqueline Moll. O capítulo falava sobre o reinventar o ensinar e aprender para uma alfabetização possível. Isso veio de encontro com a necessidade que percebo de uma espécie de vibração pelo aprender, dentro de um espaço reinventado/resignificado. Como nos coloca Moll (2001 p. 145,147) “ [...] um professor que promove relações solidárias, que propõe atividades consistentes de aprendizagem e que, ao mesmo tempo, é apoio e cooperação no processo de aprender.” “A vibração é coletiva diante dos avanços individuais e a felicidade produzida pelo conseguir aprender é compartilhada.Há forte investimento pedagógico na tentativa de resgatar o desejo de aprender [...]”
Observo a necessidade e até certa dificuldade de criar um ambiente, um clima propício á aprendizagem, no sentido dessa segurança, dessa vibração coletiva, que encoraja, que motiva o desafio. Não é fácil, há sujeitos dos mais variados envolvidos nessa relação, que muitas vezes vai de encontro ao que sabemos ser o ideal. E é nesse jogo de relações, de mediação de construções que o professor precisa administrar da melhor forma ambiente/relações/desafios focando nas aprendizagens que podem ser construídas. Vejo que educar com afeto como diria Chalita (2003) sendo um professor maestro que lida com os alunos como quem equilibra instrumentos, com sensibilidade na arte de ser emocional, ser racional com uma visão social de mundo, de cidadania, é o segredo para uma sala de aula adequada ao aprender e ao ensinar. Nós somos os “técnicos” do processo, cabe ao adulto mediador intermediar essas construções que transcendem o conhecimento científico se baseando em valores éticos, morais. A responsabilidade pelo aprender deve ser de todos e para isso os alunos devem se apropriar dessa tarefa, reconhecerem-se fundamentais pelo seu aprendizado e pelo dos colegas. Sei que parece bastante utópico, mas temos que iniciar essa visão, para que nossos espaços escolares não se tornem um caos irreversível, onde “apesar de tudo” se aprende.

CHALITA, Gabriel. Pedagogia do amor. São Paulo. Editora Gente. 2003.
MOOL. Jaqueline. Alfabetização Possível. Porto Alegre. Editora mediação. 2001

Um comentário:

Rose tutora EAD disse...

Olá Gisele!
Ótima a tua reflexão que a aprendizagens se faz em uma via de ida e volta, sempre temos que perceber o interesse do outro para com o que estamos trabalhando e o nosso em relação a compreensão de quem esta compartilhando desse ensino aprendizagem.
Vá em frente na educação nada é utopia se sabemos onde queremos chegar!
Abraços, Rose